Depois da repercussão do caso do menino de 4 anos que foi espancado pelos tios, que alegaram que sessões de tortura faziam parte de um ritual de magia negra, lideranças de religiões de matriz africana se manifestaram sobre o caso.
Entre elas, Adriana Alencar, que integra Conselho Federativo dos Cultos Afro Umbandistas no Conesul, publicou em redes sociais uma nota de repúdio e convocou uma reunião pra esta quinta-feira (25) entre os líderes de reeigiões de matrizes africanas para discutir uma possível manifestação pública.
Adriana conversou com MS Notícias e disse que esta não é a primeira vez que religiões afro-brasileiras são associadas a rituais de magia negra. para ela, é preciso que líderes religiosos falem abertamente à sociedade para deixar claro que não há nenhum tipo de ritual de sacrifício, como foi dito pelos agressores, previsto nas religiões.
"Fica uma coisa muito negativa da nossa religião, e isso acontece porque as pessoas não se aprofundam para ver o que é nossa religião. É fácil falar de algo desconhecido. Pergunte a essas pessoas [tios do menino espancado] de onde eles vêm, quem é responsável por eles. Não vão dizer porque não existe. Infelizmente, qualquer um monta um altar e diz que é magia negra. É preciso ter conhecimento para falar de religião independente de qual seja. Por isso resolvi convocar todos os religiosos, os pais responsáveis pelas casas assim como os filhos para que possamos nos unir e mostrar para sociedade o que realmente é nossa religião. A umbanda fala em amor, em bondade, nunca uma barbaridade como essas. Isso tudo é muito triste". Confira nota na íntegra:
"Eu Adriana Alencar Delegada Afroconesul,membro do conselho da Afroconesul Embaixada..venho através deste meio de rede social, compartilhar uma nota de repúdio. Nunca existiu e nem vai existir ritual de tal ignorância para qual uma criança, desconheço qualquer ato de tal barbárie como esse.Infelizmente nossa religião de matriz afro está cada vez mais se perdendo nas mãos de pessoas como essas, que não sabem é nunca vai saber o que realmente nossa religião realmente é. Desconheço esse tipo de ritual que os mesmos fizeram, já indignada com situação,Convoco todos.os membros religiosos de Campo Grande para uma reunião em minha casa, amanhã (quinta feira) as 20:00 para tratarmos de tal assunto,com uma maneira amigável, lembrando que não se trata de federação, mais sim, para juntos mostrarmos a população que.nossa religião, não é essa monstruosidade que está se passando ser a muito tempo.Conto com a presença de todos."
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