terça-feira, 8 de março de 2016

Pagando por asfalto 'inexistente', moradores fecham rua em protesto

Enxurrada de ruas sem asfalto cobrem a região, deixando o lugar irreconhecível mesmo nos locais em que a população já pagou pela pavimentação

Os moradores do residencial Oiti trancaram a rua Hellaine de Moura Castro com morros de terras e pedaços de madeira. A ação é realizada em protesto para chamar a atenção da Prefeitura Municipal de Campo Grande. Eles reclamam que o local já foi asfaltado, mas está encoberto por pedras, barro e entulhos trazidos pela chuva. 

O problema é a rua Três Poderes, do bairro Jardim Panomara, que está esburacada e fica na divisa com a rua João Francisco Damasceno. Segundo os moradores, a enxurrada desce com força para o bairro vizinho e inviabiliza o trânsito na região.

Desde 2011, a situação é a mesma, conforme os pais, que levam os filhos na Escola Municipal Celina Martins Jalad, na rua Hellaine, e se deparam com a terra acumulada no asfalto. Na inauguração do Oiti, setor 8, o então prefeito Nelson Trad Filho (PTB) disse que o asfalto estava incluso nas parcelas das residências, mas o benefício não atende as expectativas.

Após seis meses, Vanderlei Aparecido, 32 anos, reclama que recebeu na caixa de correios o boleto de cobrança. "Tive que pagar 13 parcelas de R$ 37 para contribuir com o asfalto", relata.
  
Foto: Alessandra Carvalho

A assistente social Maria Jocilia Alves, 40 anos, disse que em frente de sua residência está com barro e o asfalto está escondido. "Quando chove o barro toma conta da rua que está interditada. Pago quase R$ 380 de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), e deveria ser usado para fazer benfeitoria no bairro. E isso não ocorre. Paguei as parcelas do boleto do asfalto e não tenho."
  
A rua Três Poderes tem asfalto somente na parte alta do  bairro Jardim Panorama. Uma parte, de aproximadamente 25 metros, está esburacada e ocasiona o lamaçal. As ruas estão cheias de pedras e, quando chove, a lama se espalha por toda a região. Os bueiros estão entupidos de terras. A rua João Francisco é linha de ônibus, que também está tendo dificuldades para trafegar no local.

No dia 15 de Maio de 2011 e 21 de fevereiro de 2015, os moradores fecharam a rua impossibilitando a passagem de veículos. Depois desse fato, a Prefeitura mandou limpar o local e o asfalto reapareceu mas o problema da rua Três Poderes nunca foi resolvido.

Maria Jocilia ressaltou que teve que pagar R$ 50 para limpar em frente da residência. "Aquela terra e barro atrapalham. Suja tudo. Está tudo entupindo. Suja o meu terreno. A última vez que choveu a água suja foi até a minha porta. Paguei R$ 50 várias vezes para retirar a terra da minha calçada. A terra da rua que não tem jeito. Não posso nem pintar o meu muro, e só chover que já suja".  

Rua Hellaine de Moura em fevereiro de 2015. Foto: Alessandra Carvalho. 

Outros problemas 
A onda de roubos e furtos também está assustando os moradores do condomínio com quase mil casas. Os vizinhos contrataram seguranças para cuidar as residências devido a falta de policiamento.

Na região existem sete  bairros, que abrigam 30 mil pessoas. São eles: Maria Aparecida Pedrossian, Parque Residencial Fernando Sabino, Jardim Samambaia, Panorama, Vivendas do Parque, Conjunto Oiti e Residencial Damha. A reivindicação é antiga para ter um posto policial na saída de Três Lagoas.

Em março de 2015, teve  uma parceria  entre Associação de Moradores do bairro Maria Aparecida Pedrossian e a Polícia Militar em transformar o prédio de um Ceinf (Centro de Educação Infantil), que está desativado há mais de oito meses, em um pelotão policial, mas ainda não ocorreu a inauguração.   

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